Fonte: Olhar Direto
Alvo de uma série de críticas do setor sucroenergético, o ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Blairo Maggi, desistiu de extinguir a taxação da importação sobre o etanol norte-
americano nos próximos anos. O anúncio foi feito em audiência com o presidente da Federação dos
Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Alexandre Andrade Lima, na quarta-feira (31), em
Brasília. A entidade havia classificado a ação como uma “manobra” para utilizar o segmento como
moeda de troca e negociar com o governo dos EUA o fim da suspensão de importações de carne do
Brasil.
De acordo com a Federação o ministro garantiu ao deputado líder dos Democratas na Câmara Federal,
Efraim Filho, e ao secretário paraibano da Agricultura, Rômulo Montenegro, que “não há mais
previsão de reversão da taxa para o período”. Lima explica que a reunião foi marcada após a
participação de Maggi na última segunda-feira (29), em evento da União Nordestina dos Plantadores
de Cana (Unida), realizada na Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan).
O evento da Unida, em João Pessoa, contou com uma ampla bancada presente de deputados federais e
estaduais e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB). Todos defenderam a manutenção da referida
taxação, a qual já não é do grande total do etanol dos EUA que é importado, mas tão somente de
600 milhões de litros. O encontro ainda marcou a posse do então presidente da Asplan (José Inácio
Morais) na condição de novo presidente da Unida
Em texto divulgado nesta quinta-feira 91) a Feplana parabenizou a iniciativa da Unida e da Asplan
e agradeceu à bancada dos políticos paraibanos, em especial ao deputado Efrain Filho, por
intervir em favor do setor sucroenergético junto ao ministro. De acordo com a entidade, o setor
tem sofrido no mercado interno de etanol diante do amplo crescimento da concorrência desleal com
o etanol dos EUA, sem a taxação de 2011 até agosto de 2017, e sua subtaxação desde então.
Somente entre janeiro e julho do último ano o Brasil importou 1,35 bilhão de litros, ante 821,6
milhões de litros em 2016. “Em 2017, tivemos um aumento de 128% na importação do etanol que entra
pelo porto do Maranhão com redução de impostos, em qualquer época, prejudicando toda indústria
nacional”, criticou Lima.