“Não há ativos inegociáveis na Petrobras”

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Fonte: Valor Econômico

Para a nova diretoria da Petrobras não há nada na estatal que não possa ser privatizado, com exceção dos ativos relacionados às suas principais atividades, que são prospectar e explorar petróleo. Na primeira entrevista desde que assumiu o comando da estatal, o economista Roberto Castello Branco deixou claro que o plano de desinvestimento, isto é, a saída da companhia de alguns negócios e a venda de subsidiárias, será ampliado.
O plano da gestão anterior prevê na área de refino, por exemplo, venda de até 60% de dois polos - no Nordeste e no Sul. "Achamos muito tímido [o atual plano]", disse Castello Branco ao Valor. "Vamos estudar quais ativos e como estruturar a venda. Não existe nada inegociável", observou o executivo, que espera definir, até junho, o futuro da estatal em refino e na distribuição de combustíveis, segmento que a Petrobras lidera com a subsidiária BR Distribuidora.
A gestão anterior abriu o capital da BR e havia a ideia de, em algum momento, vender o controle, uma vez que distribuição tem baixa taxa de retorno e não faz parte de sua atividade principal. Na entrevista, Castelo Branco assinalou que há espaço para reduzir a participação da Petrobras no capital da distribuidora. Ele informou que a venda do controle continua sendo avaliada.
No caso da Braskem, maior empresa petroquímica do país e cujo controle acionário a Petrobras compartilha com o grupo Odebrecht, a decisão estratégica já está tomada: a estatal vai vender toda a sua fatia no capital. A decisão sobre fechar ou não negócio com a holandesa LyondellBasell, com a qual vem negociando desde o ano passado, dependerá do preço. "Não interessa manter uma participação pequena. É zero ou cem", afirmou Castello Branco.
O executivo informou que deve fechar, até o fim deste mês, os termos da cessão onerosa com o governo, processo que permitirá à estatal receber da União, em dinheiro, até US$ 14 bilhões ou o volume equivalente em barris de petróleo. Para ele, a companhia, embora tenha reduzido a menos da metade o nível de endividamento nos últimos quatro anos, ainda tem uma dívida muito alta. "O plano é sobreviver bem, com um Brent médio a US$ 50 o barril. Redução de custos tem que ser uma preocupação incessante. "Custo é como unha, tem que cortar sempre", afirmou.

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