Novo plano de investimento da Petrobras pode ser maior

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Fonte: Valor Online

Parente: aumento, ou não, de investimento vai depender dos próximos leilões, com maior compromisso em exploração
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, vê espaço para que a empresa volte a aumentar os investimentos, ainda que de forma pontual, na nova versão do plano de negócios da companhia. A petroleira prepara uma revisão do atual plano, que prevê aportes de US$ 74,5 bilhões entre 2018 e 2022, montante praticamente estável em relação ao planejamento estratégico anterior.
O plano de negócios da petroleira é revisado anualmente. Parente prega que o planejamento estratégico da empresa é uma “ferramenta dinâmica”, ajustada sempre que “há razões para isso”.
Segundo ele, a decisão de aumentar ou não os investimentos dependerá do resultado dos próximos leilões, que podem demandar maiores compromissos da empresa em exploração nos próximos anos. A escalada dos preços do barril do petróleo e do dólar também podem influenciar a revisão das metas.
Nos últimos quatro leilões que a companhia participou, desde o ano passado, a estatal recompôs seu portfólio exploratório ao adicionar 17 novos blocos a sua carteira de ativos. A Petrobras também já manifestou o interesse de assumir a operação de três das quatro áreas a serem ofertadas na 4ª Rodada de partilha, em junho.
"O que a gente enxerga, neste momento, é que talvez possa haver algum incremento, mas não seria uma mudança estrutural no nível de investimentos. Depende um pouco dos resultados da companhia nos próximos leilões. Isso eventualmente pode ensejar uma atualização desses valores, mas não é nada estrutural", disse Parente ao Valor.
Ainda segundo o executivo, a Petrobras espera divulgar ao mercado entre o fim de julho e início de agosto a meta de desalavancagem para o 2019. Em paralelo, a companhia trabalha na revisão de seu plano de negócios. Segundo Parente, a versão 2019-2023 deve ser publicada até o fim do ano.
Estatal espera divulgar ao mercado entre o fim de julho e início de agosto a meta para alavancagem em 2019
"[O plano de negócios] Virou uma ferramenta dinâmica que ajustamos toda vez que vemos razão para isso. Fazemos um acompanhamento permanente. Certamente, o que está acontecendo com o petróleo e câmbio recomendariam uma atualização da visão estratégica", disse.
O plano estratégico da empresa, hoje, trabalha com uma premissa de que o preço médio do barril do petróleo ficará em US$ 53 este ano e em US$ 58 em 2019, ante os patamares atuais, de US$ 80 o barril (tipo Brent).
Outro ponto é a meta de reduzir a alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), dos atuais 3,52 vezes, para 2,5 vezes ao fim de 2018. Falta, contudo, definir as métricas para os próximos anos. A estratégia da empresa é reduzir ainda mais a relação, para se aproximar de seus pares globais. Parente já sinalizou, anteriormente, que a intenção dele era convergir a alavancagem da empresa para patamares inferiores a 1,5 vez ao fim do horizonte do atual plano de negócios, em 2022.
O executivo explica, no entanto, que o principal direcionador da revisão da visão estratégica da empresa será o detalhamento do papel do gás natural nos negócios da companhia, como parte da estratégia de transição para uma economia de baixo carbono. O executivo vê espaço para aumento da participação do gás natural no volume total produzido. Hoje cerca de 20% do volume produzido pela companhia é gás e 80% petróleo.
"É uma discussão da qual seria a relação adequada entre óleo e gás para uma companhia como a Petrobras. Não é uma conclusão final, mas temos um claro sentimento de que nossa participação em gás é baixa e que provavelmente o número adequado seria maior que aquele que existe hoje", comenta.
Parente já chegou a afirmar que a petroleira poderia buscar aumento de sua produção de gás no exterior e que a parceria estratégica firmada com a britânica BP envolvia justamente um "interesse muito grande" na área de gás natural. Acrescentou que isso poderia incluir eventuais trocas de ativos nesse segmento.

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