Petrobras ganha participação global e avança na redução do endividamento

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Fonte: DCI

A alta expressiva das exportações da Petrobras sinaliza que a empresa está conseguindo elevar o seu market share global, mesmo com o acirramento da disputa entre países produtores. Ao mesmo tempo, analistas avaliam que a companhia deve conseguir reduzir ainda mais o endividamento.
“O crescimento das exportações de petróleo e derivados da petroleira, combinado à alta gradual do valor do Brent, levará a Petrobras a aumentar cada vez mais seu market share global”, afirma a diretora sênior e especialista para óleo e gás da FTI Consulting, Ilma Garcia.
No primeiro trimestre, as exportações de petróleo e derivados da Petrobras cresceram 72% em relação a igual período do ano passado. “Este pode ser um sinal de que a empresa está elevando o seu share global", pontua o analista de óleo e gás da Eleven Financial, André Prates.
Ilma destaca, entretanto, que a manutenção firme das diretrizes do plano de negócios da companhia é essencial para um ganho real e progressivo de sua posição no mercado global. "A estatal precisa seguir de maneira estruturada e absoluta o planejamento traçado para os próximos anos", pondera.
Prates lembra que a Petrobras registrou fluxo de caixa livre positivo pelo oitavo trimestre consecutivo. "Há pouco mais de um ano, a empresa estava queimando caixa. Hoje, a situação é bem diferente."
Alguns indicadores da Petrobras continuam apresentando melhora, como a margem bruta (que mede a rentabilidade sobre as vendas), que passou de 30% no primeiro trimestre de 2016 para 35% em igual intervalo deste ano. No entanto, o analista ainda enxerga espaço para redução de custos. "Ao menos a companhia tem se mostrado apta a manter o processo de corte de custos e despesas operacionais."
Diante desse cenário, Prates ressalta que a meta da companhia de reduzir o endividamento é factível. "O maior risco para a empresa, entretanto, é o TCU [Tribunal de Contas da União] impedir o progresso das negociações de vendas de ativos", observa o analista.
Investimentos
A Petrobras revisou para baixo a sua projeção de investimentos em 2017 de US$ 20 bilhões, em março, para US$ 17 bilhões. A diretora de exploração e produção da estatal, Solange Guedes, afirmou a analistas na sexta-feira (12) que a redução se deve a menores custos, atraso de licenciamentos ambientais - o que adia projetos - e a postergação de pagamentos.
Na visão de Prates, a decisão é um sinal positivo. "Isso demonstra uma política sóbria da empresa de manter foco em ativos que entreguem valor ao acionista, ao passo que deixa de lado atividades que rendem poucas margens."
Ilma, da FTI, acrescenta que o balanço da Petrobras aponta uma forte tendência de expansão da produção média de petróleo e gás no País nos próximos anos, devido a alguns fatores como maior participação do pré-sal no mercado, crescente demanda de energia e redução das importações.
Juliana Estigarríbia

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