Petrobras terá de mudar para atrair sócios à BR Distribuidora, diz especialista

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Fonte: O Globo

Na avaliação de Hélder Queiroz, economista integrante do Grupo de Economia da Energia da UFRJ e ex-diretor da ANP, o aumento das importações de gasolina e diesel no Brasil, em 2016, reflete um momento de oportunidade no mercado, diante da diferença entre o preço cobrado pela Petrobras e o praticado no mercado internacional. Mesmo assim, ele pondera que, se a estatal, de fato, quer atrair parceiros para a Petrobras Distribuidora (BR) e para a área de refino, precisará rever sua nova política de preços, a fim de torná-la mais clara e previsível para o mercado.
— O grande problema é que a nova política de preços de combustíveis não é transparente. Não se sabe quais critérios são usados, ninguém sabe como calcular. E a sinalização da empresa é a favor de atrair parceiros e investidores para outros projetos no setor — disse.
Segundo Queiroz, o assunto ganha ainda mais peso na avaliação dos investidores já que a Petrobras tem praticamente monopólio de fato do refino. Além das dúvidas sobre a fórmula de cálculo em si, o economista ressalta que uma eventual mudança de governo ou no comando da companhia poderia alterar radicalmente a política de preços da petrolífera. O especialista ressalta que a previsibilidade é fator-chave para o segmento já que o refino ou a infraestrutura para importação de combustíveis requer planejamento de longo prazo, além de regras claras e estáveis:
— Para atrair investimentos no downstream (distribuição), tem que ter maior previsibilidade, e as atuais informações dadas pela Petrobras não são suficientes. A Petrobras pode usar os preços para “barrar” as importações. E como garantir que não se voltará ao passado de usar os preços dos combustíveis para conter a inflação?
Queiroz ressalta que, para uma política de preços eficaz, é necessário que distribuidoras e postos repassem ao consumidor não só os aumentos como também as quedas no valor do produto.

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