Privatização de Petrobras volta à tona após ação de Bolsonaro

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Embora o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalize que o debate sobre a privatização da Petrobras “deverá vir em algum momento no Congresso”, a agenda liberal em curso há quase cinco anos no setor de óleo e gás entrou numa zona cinzenta, nas últimas semanas.
A abertura do mercado patrocinada pelo governo Jair Bolsonaro passou a conviver com sinais trocados de um presidente da República que, em meio aos desgastes políticos da inflação dos combustíveis, decidiu interferir na troca do comando da estatal e pedir uma empresa “de visão social”. Isso tudo num momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adepto de uma visão mais estatista, volta à corrida eleitoral.
Entre membros do alto escalão da Petrobras, há quem acredite que não haverá mudanças radicais, mas a percepção geral é de incertezas. O trabalho de transição do comando da petroleira ainda não começou e pairam dúvidas sobre a cara que o general da reserva e diretor-geral de Itaipu Binacional, Joaquim Silva e Luna — o nome de Bolsonaro para substituir Roberto Castello Branco na presidência da estatal —, dará à política de preços, à venda de ativos, aos planos de investimentos e ao foco na redução da dívida da empresa.
Em meio à turbulenta troca no comando da estatal, quatro conselheiros, indicados pela União, não aceitaram a recondução proposta pelo governo pela percepção de aumento dos riscos associados ao episódio de intervenção do presidente na petroleira. Empresas interessadas na aquisição de ativos da estatal, como Cosan e Ultrapar, por sua vez, mantêm o interesse e apostam na continuidade da abertura.

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