Alta do petróleo pode levar Petrobras a subir preço do combustível

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Folha de S. Paulo Online

Os preços do petróleo subiram 8%, para US$ 50 por barril, nesta quarta-feira (3), após a Opep (cartel de países exportadores) decidir, pela primeira vez desde 2008, a oferta global de petróleo.
O aumento da cotação do petróleo, assim como a desvalorização do real em relação ao dólar, pode, segundo analistas, levar a Petrobras a aumentar os preços dos combustíveis após dois cortes sucessivos nos últimos meses.
As ações da estatal dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo. Os papéis ordinários (ON) da Petrobras encerraram com ganho de 10,59%, a R$ 18,47, a maior alta desde março deste ano.
As ações preferenciais da empresa tiveram valorização de 9,14%, a R$ 16,00.
O acordo da Opep, que ainda não foi anunciado oficialmente, deve prever que seus 13 países-membros reduzirão sua produção em 4,5% e estipularão metas de produção para cada país integrante.
O corte na oferta global é uma reação aos preços baixos do combustível no mercado internacional, que já duram dois anos. Países como a Arábia Saudita, integrante da Opep e altamente dependente da commodity, vêm sofrendo com a cotação menor.
Um acordo poderia ajudar o mercado petroleiro a se recuperar de sua mais longa desaceleração em uma geração, que prejudicou os preços das ações das empresas petroleiras e derrubou os grandes países produtores a recessões.
COMBUSTÍVEIS
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, afirma que, fechado o acordo da Opep, o petróleo deve oscilar entre US$ 50 e os US$ 55 por barril.
Com isso, diz o especialista, a Petrobras já teria espaço para aumentar os preços dos combustíveis, diante da perda de margem em relação à cotação praticada desde o último corte do valor na refinaria, no dia 8 de novembro.
Na ocasião, a estatal reduziu o preço da gasolina em 3,1%, e o do diesel, em 10,4%.
"Se a Petrobras for manter a política de preços, vai ter que acabar aumentando a gasolina e o diesel. Se não, o mercado vai começar a duvidar das políticas", diz Pires.
Pelos cálculos do Cbie, vantagem da Petrobras sobre o preço da gasolina importada caiu de 15,3% para 9,6% na última semana.
No caso do diesel, o prêmio da Petrobras foi reduzido de 12,5% para 9,1%.
Para Walter Vitto, da consultoria Tendências, considerando os custos de importação, não há mais prêmio com relação à gasolina que vem do exterior. No caso do diesel, a diferença entre o preço cobrado no Brasil e no exterior é de 1,1%.
A política de preço da estatal, adotada sob a gestão de Pedro Parente, prevê avaliações mensais sobre os preços, com base na cotação internacional, no câmbio e nas vendas da empresa no mercado interno.

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