Brasil tem deflação de 0,21% em novembro, menor nível para o mês em 24 anos

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Fonte: O Globo

Após dois meses de alta, os preços caíram no Brasil. De acordo com os números do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), compilados pelo IBGE, a inflação registrou variação negativa de 0,21% em novembro, na comparação com outubro. Já no acumulado em 12 meses, o percentual voltou ficar abaixo do centro da meta de 4,5% estipulada pelo Banco Central (BC) após dois meses em patamar superior: 4,05% em novembro deste ano, contra alta 4,56% do mês anterior. No acumulado do ano, a alta é de 3,59%.

Esta taxa de -0,21% é a menor para o mês de novembro desde a implantação do Plano Real, em 1994.

Esta deflação é resultado de quedas nos preços da energia elétrica e da gasolina. Juntos, os dois itens correspondem a 8,83% dos gastos das famílias.

Cinco dos nove grupos de preços pesquisados, em novembro, apresentaram deflação em relação a outubro. O maior responsável pela deflação geral, registrada mês passado, foi transportes, cuja queda de preços média ficou em -0,74%.

Essa queda é fruto de uma deflação de 2,42% dos combustíveis. A gasolina ficou, em média, 3,07% mais barata em novembro. Os preços médios do óleo diesel e do etanol também tiveram queda, mas menos intensas que a da gasolina. O primeiro teve deflação de 0,58% e o segundo de 0,52%.

No grupo habitação (-0,71%), o destaque foi a energia elétrica, cuja queda foi de 4,04%, maior contribuição negativa individual (-0,16 pontos percentuais) para o resultado geral do IPCA.

A principal responsável pela queda dos preços da energia elétrica foi a saída da bandeira vermelha patamar 2 para a amarela. Assim, a cobrança adicional por cada kwh consumido, estipulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Anatel), caiu para R$ 0,01, ante os R$ 0,05 do mês anterior.

Alimentos em alta

O grupo de alimentos e bebidas, que representa 25% dos gastos das famílias, teve alta de 0,39% em novembro – desaceleração em relação a outubro, quando os preços subiram, em média, 0,59%, ante o mês anterior.

A maior influência foi dos preços dos alimentos consumidos em casa, que tiveram alta de 0,34% em novembro, ante outubro. Destacam-se as altas da cebola (24,45%), do tomate (22,25%), da batata inglesa (14,69%) e das hortaliças (4,43%). Por outro lado, o leite longa vida manteve a trajetória de queda dos últimos meses, variando -7,52%. A alimentação fora de casa teve alta de 0,49%.

— A alta do grupo de alimentação, principalmente por conta do tomate, segurou uma queda ainda maior da inflação geral em novembro — disse Fernando Gonçalves, gerente do Sistema Nacional de Índice de Preços.

Os especialistas já projetavam o recuo do IPCA mensal, mas não tão acentuado. A mediana dos analistas consultados pela Bloomberg indicavam que o IPCA de novembro ficaria em -0,09%

De acordo com os analistas consultados pelo Banco Central (BC) no mais recente Boletim Focus, a inflação deve fechar o ano de 2018 abaixo do centro da meta: 3,89%. O dado foi revisto para baixo. Na semana anterior, as projeções inficavam que o IPCA fecharia o ano em 3,94%.

Serviços param de desacelerar

O grupo dos serviços teve uma aceleração de preços médios em novembro, passando de 0,17% em outubro para 0,41% em novembro. Com isso, em 12 meses, os serviços pararam de desacelerar, comportamento que vinha ocorrendo desde agosto.

A alta acumulada até novembro foi de 3,32%. A aceleração desses preços é uma combinação da alta do gás de cozinha e maior demanda por refeições fora de casa, em razão dos dois feriados nacionais registrados no mês, explicou o gerente do IBGE.

Em oito de novembro, foi autorizado um reajuste de 8,53% no preço do gás de cozinha nas refinarias, o que resultou em uma alta de 0,52% no preço médio desse produto ao consumidor, mês passado.

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