Conab prevê queda na safra de cana e de açúcar do centro-sul

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Fonte: Reuters

O centro-sul do Brasil deverá colher uma safra de cana de 598,04 milhões de toneladas na nova temporada 2017/18, que está começando a ser colhida, em queda ante 612,48 milhões de toneladas de 2016/17, estimou nesta terça-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Este será o segundo ano consecutivo de queda na produção do centro-sul, que chegou a produzir 616,8 milhões de toneladas em 2015/16.
O recuo na nova safra foi atribuído a uma menor área colhida (-2,8 por cento) que compensou os ganhos com produtividade na região (+0,4 por cento), disse a Conab.
O relatório citou "grande número de empresas em recuperação judicial, adicionalmente afetadas pelas oscilações observadas nas cotações do açúcar, baixa competitividade dos preços internos do etanol, além dos períodos climáticos adversos, observados nas safras anteriores" no centro-sul do país, região que responde por mais de 90 por cento da produção nacional.
AÇÚCAR
A Conab destacou que a produção de açúcar do centro-sul não deverá cair na mesma proporção que a moagem de cana, indicando que o foco das usinas continuará em aproveitar os bons preços do adoçante no mercado internacional.
A produção de açúcar da região deverá cair para 35,47 milhões de toneladas em 2017/18, ante 35,58 milhões de toneladas em 2016/17.
"O preço do açúcar no mercado externo continuará elevando a representatividade do produto no setor sucroalcooleiro nacional para esta safra", destacou o relatório.
A Conab ressaltou que a produção de açúcar de São Paulo, onde está a maior parte das usinas do Brasil, deverá cair cerca de 870 mil toneladas, para 23,2 milhões de toneladas em 2017/18.
ETANOL
O relatório da Conab mostra que a produção total de etanol do centro-sul em 2017/18 irá cair 5,5 por cento ante a temporada anterior, para 24,76 bilhões de litros, com um recuo expressivo na produção de etanol hidratado (que concorre com a gasolina) e um leve aumento no anidro (que é misturado à gasolina).
A produção de anidro no centro-sul irá subir 2,3 por cento em 2017/18 para 10,37 bilhões de litros, enquanto a de hidratado irá recuar 10,5 por cento, para 14,38 bilhões de litros, disse a Conab.
"Esse decréscimo está relacionado ao aumento observado no consumo da gasolina em 2016, que respalda os preços do álcool anidro nas misturas de combustível, além dos preços favoráveis do açúcar que incentivaram a produção desta commodity em detrimento do etanol", disse o relatório.
(Por Gustavo Bonato e Marcelo Teixeira)

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