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20/08/2019
Apesar de subir nos postos, etanol segue competitivo
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Fonte: UDOP

De janeiro a junho, foram comercializados em Minas 1,48 bilhão de litros de etanol; duas usinas serão reativadas na próxima safra – Crédito: Paulo Whitaker/Reuters
Os preços mais competitivos têm estimulado o consumo de etanol em Minas Gerais. De acordo com os últimos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), somente em junho, foram comercializados 246,4 milhões de litros de etanol hidratado, o que representa um aumento de 26,48% frente ao volume registrado em junho de 2018. No acumulado do primeiro semestre, o volume chegou a 1,48 bilhão de litros, alta de 52,1%. A demanda aquecida tem estimulado os investimentos do setor em Minas Gerais. Para a próxima safra, serão reativadas duas usinas.

A tendência é de crescimento da safra de cana nos próximos anos, passando das atuais 65 milhões de toneladas para 80 milhões de toneladas. De acordo com o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, os preços mais competitivos têm estimulado o consumo do biocombustível.

"Nós tivemos um primeiro semestre, em termos estatísticos, com crescimento acima de 50% sobre o mesmo período de 2018. Vale lembrar que encerramos o ano anterior com um crescimento de 69%. No primeiro semestre de 2019, faço a ressalva de que tivemos a greve dos caminhoneiros entre maio e junho de 2018, então a base do ano passado foi menor em função da greve, mas, sem dúvida, houve um crescimento importante", destacou.

Ainda segundo Campos, o período de entressafra em Minas Gerais, janeiro a março, foi marcado por preços favoráveis do etanol para o consumidor, cenário que foi mantido com o início da moagem da safra 2019/20 de cana-de-açúcar a partir de abril. Em termos de programação, a safra caminha dentro do planejado pelo setor.

"Hoje temos uma safra mais alcooleira, superando o volume do ano passado em função de investimentos em destilarias, que ampliaram a capacidade de produção. Estamos vendo mais cana sendo destinada à produção de etanol", explicou.

Campos ressalta ainda que vários investimentos estão em curso no Estado, desde ampliações de indústria, como reativações e ampliação de canaviais.

"Temos visto no setor sucroalcooleiro uma expansão da produção em Minas Gerais. Estamos observando aumento na área plantada e investimentos na indústria. Para 2020, teremos a reativação de duas unidades produtivas, uma em Canápolis e outra em Capinópolis, ambas na região do Triângulo", afirmou.

Com o crescimento da produção nas indústrias já instaladas e em funcionamento e a reabertura das duas unidades, a previsão do representante da Siamig é de que, ao longo dos próximos anos, a produção mineira de cana atinja a marca de 80 milhões de toneladas.

"Hoje, não temos esta capacidade de moer, mas teríamos fábricas de etanol e açúcar para consolidar esses investimentos para os próximos anos. Temos, hoje, uma flexibilidade muito grande de fábrica. Hoje conseguimos trabalhar com um mix de 65% para etanol, mas já tivemos mix de 50%. Daqui a um tempo, poderemos utilizar a capacidade total de açúcar junto com a capacidade de etanol", disse.

Safra -- De acordo com os dados da Siamig, a produção de cana no acumulado da safra até julho já somou 36 milhões de toneladas, volume 3% superior ao registrado em igual período da safra 18/19, quando a moagem atingiu 34,9 milhões de toneladas. Ao todo, já foram processados 55,48% da previsão total, que é esmagar 65 milhões de toneladas na safra 2019/20.

Até o momento, a produção acumulada de açúcar totalizou 1,6 milhão de toneladas, diminuição de 7% em comparação com igual período da safra passada. Já a produção total de etanol apresentou acréscimo de 4%, com 1,72 bilhão de litros produzidos.

A safra atual segue mais alcooleira, com 64% da cana-de-açúcar destinada à fabricação do biocombustível. No ano passado, o índice era de 60%.

No acumulado, o Açúcares Totais Recuperáveis por tonelada de cana-de-açúcar (ATR/TC) está 3% abaixo do mesmo período da safra 2018/19, totalizando 127,7 kg por tonelada de cana.

Michelle Valverde
Fonte: DCI

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