Estoque de etanol cai e consumo dispara no País

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02/09/2019
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Fonte: Estadão

Os estoques totais de etanol no País atingiram 7,11 bilhões de litros no último dia 15 de agosto, segundo o Ministério da Agricultura. O volume é 19,3% menor que os 8,81 bilhões de litros de igual data do ano passado. Já a reserva de hidratado, aquele utilizado para abastecer diretamente os veículos, recuou 21,6% na mesma base de comparação, de 5,67 bilhões para 4,44 bilhões de litros. Enquanto os estoques baixam, o consumo do hidratado dispara. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), as vendas das distribuidoras aos postos cresceram 30,2% entre janeiro e julho deste ano ante igual período de 2018, para 12,6 bilhões de litros. Em julho, a alta foi 15,6% em relação a igual mês de 2018, para 1,86 bilhão de litros de hidratado.
Muita calma nessa hora. Mesmo com o recuo nos estoques e a alta no consumo, o comitê de representantes do governo e do setor privado avaliou que, ao menos por enquanto, está afastado o risco de desabastecimento de etanol no País. Em reunião na quarta-feira (28), em Brasília, apontaram que os estoques devem crescer, pois usinas estão em plena safra. Já a demanda pelo hidratado deve ser freada por altas no preço e a consequente substituição pela gasolina.
Ânimo. O Bancoob, ligado ao Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), espera conceder na safra 2019/2020 R$ 16 bilhões em empréstimos ao setor rural, 14% mais que no último ciclo. “Entre nossos cooperados não falta confiança”, diz Ricardo Simone, diretor financeiro do banco, que atende principalmente pequenos e médios produtores. Por trás do otimismo estão a safra maior de grãos, o dólar em alta e a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Cresce. Todos os anos, em média 400 mil novos cooperados, incluindo agricultores, ingressam no sistema, segundo Simone. Na disputa com a concorrência, o Bancoob tem a seu favor o argumento de que o cliente é “sócio” da cooperativa e encontra taxas menores para produtos sem subsídio do governo, como seguros e capital de giro. O Sicoob tem 3.093 agências em 1.728 municípios – em 270 deles é a única instituição financeira presente.
Xodó. Do montante destinado ao agronegócio pelo Bancoob, cerca de um terço do total, ou R$ 5 bilhões, vem hoje das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). É quase o mesmo valor dos recursos provenientes de poupança rural, de cerca de R$ 5,5 bilhões. No primeiro semestre de 2019, o Bancoob emprestou R$ 13,3 bilhões a produtores e agroindústrias, 17,5% a mais que em igual período de 2018.
Recado. Representantes do agronegócio alertam para a necessidade de o setor se comunicar melhor. Hoje, só 28% das empresas têm Diretoria de Comunicação; em outras 26% a área tem nível hierárquico de gerência. Os dados constam da pesquisa “A comunicação do agronegócio no Brasil”, que será lançada hoje pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). “A pesquisa mostra que o setor não considera a comunicação uma área estratégica, mas de apoio”, avalia Hamilton dos Santos, diretor-geral da Aberje.
Trocado. O levantamento ouviu 60 empresas, de mais de 400 grandes companhias do setor. Entre as entrevistadas, 46% são nacionais, 39% multinacionais e 12%, cooperativas. O investimento médio anual na área também é baixo: 25% gastam de R$ 100 mil a R$ 500 mil por ano – o valor não inclui salários. “Se compararmos com o setor automobilístico, há uma desproporção muito grande. Uma empresa automobilística destina à comunicação corporativa, incluindo salários, entre R$ 10 milhões e 15 milhões por ano”, pontua Santos.
Mais mãos. A citricultura elevou em 33,8% a contratação de mão de obra em julho ante igual mês de 2018. No primeiro mês da safra 2019/2020, foram admitidas 5.724 pessoas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No acumulado dos sete meses iniciais de 2019, a abertura de vagas somou 35.585 pessoas, avanço de 13,22% em comparação com o período de janeiro a julho de 2018.
Mais fruta. A explicação para a alta do emprego nos pomares de laranja é simples. O setor é o mais intensivo em mão de obra da agricultura brasileira, pois toda a colheita é manual. E a produção de laranja na atual safra é estimada em 389 milhões de caixas (de 40,8 quilos), 36% acima da safra passada, de 286 milhões de caixas.
Alternativa. A australiana AgBiTech, especializada em controle biológico de pragas, enxerga forte crescimento do segmento no Brasil. Na safra 2019/2020, pretende alcançar 2 milhões de hectares de algodão e soja protegidos – quatro vezes mais que em 2018/2019. Uma das razões é a necessidade de combater o avanço da lagarta Spodoptera frugiperda no algodão. “É cada vez mais difícil controlá-la só com químicos”, diz Adriano Vilas-Boas, diretor para a América Latina. O desempenho do produto superou o de inseticidas convencionais em 34 áreas de algodão.

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