Na estreia na Bolsa, BR Distribuidora é a 36ª maior do país

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Fonte: Folha de S.Paulo

A BR Distribuidora estreia nesta sexta (15) na Bolsa de São Paulo como a terceira maior companhia de capital aberto do país em receita. Com as ações vendidas ao preço mínimo, porém, seria apenas a 36ª em valor de mercado, considerando as cotações de quarta (13).

A oferta de ações foi registrada na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na quarta, com o preço de R$ 15 por papel, o piso da banda de preços estimada pela Petrobras quando anunciou a operação. A estatal venderá uma parcela equivalente a 28,75% do capital da subsidiária

A esse preço, o valor de mercado da empresa em sua estreia seria de R$ 17,4 bilhões, abaixo da empresa de transportes Rumo (R$ 18,5 bilhões) e acima da Klabin, de papel e celulose (R$ 17,3 bilhões), considerando o fechamento de quarta-feira.

Posição bem abaixo de seu tamanho no mercado: maior distribuidora de combustíveis do país, a BR registrou receita líquida de R$ 61,3 bilhões nos nove primeiros meses deste ano, menor apenas do que os faturamentos de Petrobras (R$ 207,2 bilhões) e Vale (R$ 78,7 bilhões).

EFEITO EFICIÊNCIA

Executivos envolvidos na operação dizem que as incertezas políticas e econômicas, principalmente com o adiamento da votação da reforma da Previdência, tiveram influência no valor oferecido pelos investidores.

Mas a grande diferença de eficiência com relação aos seus principais concorrentes também pesou, segundo analistas. Sua principal concorrente neste segmento é a Ipiranga, do grupo Ultra, valia R$ 39,6 bilhões na quarta e teve receita de R$ 58,4 bilhões de janeiro a setembro de 2017.

O mercado vê, porém, possibilidade de valorização: em relatório divulgado nesta quinta o analista do UBS Flávio Carvalho diz que, considerando suas projeções financeiras e operacionais para os próximos dois anos, as ações da BR têm potencial para serem negociadas a R$ 16.

A Folha apurou que houve grande interesse de investidores estrangeiros pelas ações, além da participação de fundos de pensão brasileiros, embora os nomes ainda não tenham sido divulgados.

Responsável pela gestão da aposentadoria dos empregados da Petrobras, a Petros, porém, disse que não participou da operação.

Cerca de 10% da procura veio de investidores individuais, chamados de varejo.

Com a conclusão da operação, a Petrobras garante de imediato R$ 4,368 bilhões. Os R$ 656 milhões restantes referem-se a lote adicional, que será oferecido ao mercado em condições iguais aos do primeiro lote, informou a companhia em comunicado.

DESINVESTIMENTOS

A oferta de ações da BR foi a maior operação do plano de venda de ativos da Petrobras neste ano. Antes, a estatal havia concluído apenas a venda de um campo de gás no Amazonas à italiana Enel por US$ 55 milhões, ou cerca de R$ 180 milhões.

Em seu plano de desinvestimentos, a estatal espera captar US$ 21 bilhões até o fim de 2018. Analistas esperam que a maior parte da contribuição venha das vendas da malha de gasodutos do Nordeste, jé em negociação, e da fatia da estatal na petroquímica Braskem.

Nesta quinta, a Petrobras anunciou parceria estratégica com a norte-americana Exxon para buscar oportunidades de negócios no Brasil e no exterior. A Exxon se tornou sócia da Petrobras ao participar de consórcios com a estatal em leilão realizado pelo governo em setembro.

As parcerias estratégicas permitem a venda ou troca de ativos, sem que os processos precisem passar pelo procedimento de negociação criado no início do ano para atender exigências do TCU (Tribunal de Contas da União) por maior transparência.

Até agora, a maior foi fechada com a petroleira francesa Total, por US$ 2,2 bilhões, e significou a transferência de participações em campos do pré-sal e em térmicas para a parceira.

 

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