Petrobras deve lucrar menos no 1º trimestre com preços e vendas menores de derivados

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Valor Econômico

Menores preços do diesel e um volume de vendas mais baixo devem levar a Petrobras a registrar um lucro líquido menor no primeiro trimestre do ano, quando comparado ao obtido nos três primeiros meses de 2023. As expectativas de cinco bancos e corretoras compiladas pelo Valor apontam para um lucro de US$ 5,74 bilhões entre janeiro e março, o que, caso se confirme, significará uma queda de 21,78% frente aos três primeiros três meses do ano passado.
A projeção média de receita é de US$ 24,62 bilhões, o que significaria 8,02% a menos que no primeiro trimestre do ano passado. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) deve ficar, segundo a média das estimativas, em US$ 13,42 bilhões, recuo de 3,82%.
As projeções para o lucro variam de US$ 4,9 bilhões, da XP, até US$ 6 bilhões, do Santander. Para a receita líquida, as estimativas vão dos US$ 23 bilhões do Santander aos US$ 26,9 bilhões do BTG Pactual, enquanto para o Ebitda varia dos US$ 12,9 bilhões do JP Morgan aos US$ 14,4 bilhões do BTG. O Valor compilou ainda as estimativas do Itaú BBA.
Helena Kelm, analista da XP, ressalta em relatório que o lucro líquido da companhia será impactado negativamente pela desvalorização do real frente ao dólar e pontua que houve queda nos preços do diesel e no volume de vendas da companhia no primeiro trimestre.
O relatório de produção da empresa no primeiro trimestre, divulgado no fim de abril, mostrou que o volume total de vendas de derivados no mercado interno caiu 2,9% frente ao primeiro trimestre do ano passado, embora tenha havido alta de 6,1% na produção de derivados na mesma comparação.
Para os analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Henrique Pérez, do BTG Pactual, a expectativa é de “outra forte performance” da estatal no primeiro trimestre, com os preços do petróleo apenas 1% abaixo do quarto trimestre.
“Pensamos que, apesar dos preços domésticos mais baixos versus a paridade de preços internacional, o aumento na margem de refino da gasolina e a estabilidade nas margens de refino do diesel devem resultar em sólidas margens no ‘downstream’” , afirmam os analistas em relatório.
Os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, do Santander, seguem enxergando a Petrobras como capaz de entregar um dividendo “sólido”. Apesar disso, os analistas ressaltam que um ajuste nos preços domésticos dos combustíveis, particularmente na gasolina, e uma produção maior de petróleo nos próximos meses seria chave para uma “visão mais construtiva” da ação da companhia.
O relatório do Santander destacou ainda que as exportações de petróleo foram menores nos três primeiros meses deste ano frente a igual período de 2023 devido ao aumento do uso das refinarias brasileiras. “Embora acreditemos que a produção ainda não voltou totalmente aos níveis do quarto trimestre de 2023, notamos que a produção do primeiro trimestre de 2024 se mantém dentro da meta para o ano e a produção provavelmente vai crescer nos próximos meses devido a menos paradas para manutenção”.

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