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Após quase dois anos de bloqueio cautelar às empresas investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a Petrobrás estuda um meio de reintegrá-las ao seu quadro de fornecedores. O diretor de governança gorporativa da estatal, João Elek, disse que cerca de 30 companhias estão impedidas de participar das licitações da petroleira. Ele ressaltou, porém, que algumas delas “fizeram o dever de casa” e pode ser que em breve escapem do bloqueio.
“(Esse bloqueio) foi desenhado para ser provisório. Claramente há empresas que buscaram melhorar a gestão”, afirmou Elek. Ele citou como exemplos as construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, e destacou ainda que a Toyo Setal nunca foi excluída. “São empresas que celebraram acordo de leniência e que estão efetuando desembolsos consideráveis, o que mostra o grau de comprometimento. São empresas que fizeram grande mudança nas suas estruturas”, disse Elek, após participar da feira Rio Oil & Gas, no Riocentro.
Até hoje, R$ 380 milhões foram devolvidos ao caixa da Petrobrás por companhias que admitiram ter participado do esquema de corrupção, de superfaturamento de contratos da estatal. Um valor ainda maior já foi repatriado, mas ainda não há uma definição do quanto disso vai retornar à petroleira e o que vai para o Tesouro.
O executivo, entretanto, não quis adiantar detalhes sobre o que está se desenhando, mas afirmou ter “anseio” que esse tema seja resolvido ainda neste ano, já que em dezembro serão completados dois anos de bloqueio.
“Agora é a uma hora muito oportuna de reendereçar esse assunto e ver qual será o encaminhamento, isso está no forno. A gente acha que uma sanção regulatória tem um prazo, então impor um bloqueio temporário por um prazo mais longo talvez seja fortemente questionável e nós temos essa consciência”, afirmou.
A Petrobrás estuda um critério de avaliação de todas as fornecedoras que sofrem o bloqueio cautelar, capaz de verificar se elas promoveram mudanças em suas estruturas a ponto de evitar que repetirão o erro do passado. A ideia é acabar com o bloqueio, criado em 2014 para ser provisório.
“Desde que, comprovadamente, a gente tenha o conforto de que essas empresas atingiram critérios objetivos que a gente está desenhando, quase como se auditássemos as melhorias implementadas, vamos ter toda segurança (de voltar a contratar essas empresas), independentemente do passado”, disse Elek.
Ele lembrou o caso da holandesa SBM, que admitiu ter pago propina para ganhar licitação de plataformas e hoje participa de concorrência para a construção de unidades produtoras para o campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. A sua inclusão só foi permitida após celebrar acordo com o Ministério da Transparência.

Fonte: ESTADÃO

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