‘Biocombustível do futuro’ pode ser o hidrogênio e o H-Bio melhorado

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Brasil Agro

O programa para desenvolvimento do ‘biocombustível do futuro’, que o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou lançamento para este mês, não deverá passar por nenhuma nova biomassa. Conhecimento e tecnologia o Brasil e o mundo já as possuem, mesmo de carburantes de matérias orgânica vegetal e animal não explorados comercialmente.

Entre os possíveis caminhos, não revelados, dois são os mais prováveis. E nenhum é ‘bio’ 100%.

Um é o e-fuel, a partir do hidrogênio, diz Gonçalo Pereira, coordenador do Laboratório de Genômica e bioEnergia, da Unicamp.

O outro pode ser o ‘diesel verde’, batizado pela Petrobras (PETR4) como H-Bio, segundo um ex-pesquisador do MME, que pede anonimato por ainda estar no governo.

As duas suspeitas fazem mais sentido porque o ministro Bento Albuquerque reforçou a intenção do Brasil em buscar parcerias externas, como com os Estados Unidos.

Para o e-fuel, a prevalência da tecnologia aplicada está fora do Brasil, especialmente com países que a usam para lançar foguetes, pela dificuldade e grande quantidade energia que precisa ser liberada e dos riscos de armazenamento e transporte por ser mais inflamável – e mais energético – que a gasolina.

O processo começa por retirar o hidrogênio da água, através da hidrolise, que, em combinação com o CO², geram hidrocarbonetos que se te transformam em combustível líquido.

‘São excedentes da energia eólica e solar, por exemplo’, explica o professor Pereira, que lembra também da amônia.

Chile e Austrália estão com programas ambiciosos nesta direção.

É energia considerada limpa desde que tirada dessas fontes renováveis, como também pode ser o caso do hidrogênio extraído do gás natural, grande aposta da Alemanha, por exemplo. ‘Mas não é bio, são cinzas’, reflete ele sobre o ponto de vista do conhecimento científico sobre o processo.

O diesel verde também necessita de avanços e usinas americanas já o produz em boa escala, apesar de a estatal brasileira tê-lo patenteado.

Embora produzido com vegetais, a pretensão da Petrobras é usar uma pequena parcela na formulação, sendo que mais de 90%, portanto, seguirá sendo de derivado de petróleo. E tem sido alvo de críticas do setor de biodiesel, com a Abiove, por entrar como concorrente sem ser totalmente renovável.

Para a fonte de Brasília que acredita ser esta uma das alternativas do ‘biocombustível do futuro’, o governo pode estar querendo aperfeiçoar o H-Bio, com a experiência americana de já produzir o ‘diesel verde’ com zero de derivado de petróleo (Money Times, 14/4/21)

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